4 de maio de 2009

Avenida Q Divulgação





FENÔMENO DA BROADWAY, ‘AVENIDA Q’ CHEGA AO BRASIL COM A ASSINATURA DE CHARLES MÖELLER E CLAUDIO BOTELHO

Imagine um lugar onde convivem em harmonia moças e “monstras” de família, artistas frustrados, ex-celebridades, trabalhadores, desempregados, devassas, solteironas amarguradas, orientais ranzinzas, gays com um pé fora do armário, tarados virtuais, ursinhos de pelúcia maléficos, humanos e bonecos igualmente desbocados e irreverentes. Esta é a ‘Avenida Q’, musical que surgiu de mansinho em 2003 no circuito Off-Broadway e, apenas quatro meses depois, estreou no Golden Theater, de onde nunca mais saiu de cartaz, sagrando-se vencedor de três Tony´s (Melhor musical, melhor música original e melhor libreto). A ‘Avenida Q’ e seus personagens politicamente incorretos se mudam para o Brasil a partir de 06 de março, no Teatro Clara Nunes, sob a batuta de Charles Möeller e Claudio Botelho. A produção nacional é da Bottega D´Arte - Dalva Abrantes, Marcos Amazonas e Marcos Mendonça, que fazem sua estréia na área teatral. ‘Avenida Q’ chamou a atenção desde o início por seu formato inusitado, ao mesclar personagens humanos com bonecos, manipulados pelos atores que permanecem em cena durante todo o espetáculo. À primeira vista, esses bonecos podem remeter ao universo infantil e lúdico de programas célebres como ‘Vila Sésamo’ e ‘Muppet Show’ – fontes de inspiração declarada dos criadores Robert Lopez e Jeff Marx, que assinam letra e música, ao lado de Jeff Whitty, autor do libreto.

Entretanto, canções como ‘Se você for gay’ e ‘Todo mundo é meio racista’ não deixam dúvidas de que o alvo deste espetáculo são os maiores de idade. O diretor Charles Möeller é enfático: “Avenida Q é um musical de bonecos para adultos”. Claudio Botelho, autor da versão brasileira, complementa: “É o mais irreverente dos musicais atuais”. Charles e Claudio assistiram o musical na Broadway e foi paixão à primeira vista. “Saí de lá completamente alucinado, com a certeza de que montaria no Brasil, mesmo sendo um musical tão diferente, com o uso de bonecos, que é um elemento com o qual jamais imaginei trabalhar”, revela Möeller. “Depois assisti à versão londrina e percebi que o humor é universal e o espetáculo atrai a juventude de forma impressionante. Os adolescentes iam com camiseta, botton, gorro. Os bonecos viraram uma celebridade”, complementa.

A ousadia do musical conquistou Charles Möeller. “Acho corajoso montar, em tempos tão politicamente corretos, um espetáculo que não tem medo de ser politicamente incorreto e de mexer com tabus como racismo, homossexualidade, sempre com muito humor e ironia. A peça discute temas profundos de uma maneira muito leve”, afirma. “O espetáculo fala desses assuntos sem meias palavras”, acrescenta Botelho.


O musical conta a história de Princeton, um jovem recém formado que parte em busca de uma nova vida na capital, carregando grandes sonhos e pouco dinheiro no banco. Ele aluga uma moradia na Avenida Q (ele começa tentando na Avenida A, onde vivem os ricos). Lá conhece Brian, o comediante desempregado, e sua noiva, a terapeuta sem clientes JapaNeuza; Nicky e seu companheiro de quarto Rod -- um bancário conservador que esconde um segredo. Há ainda Trekkie Monster, um viciado da Internet, Kate, a graciosa professora-assistente do jardim de infância, a fogosa Lucy de Vassa, os ursinhos do mal e a Dona Coisa Ruim, além do superintendente do edifício, que é um antigo astro mirim da televisão (Gary Coleman, astro polêmico e decadente da televisão americana). Juntos, Princeton e seus novos amigos se esforçam para encontrar trabalho, amor e um rumo para suas vidas. Brian, JapaNeuza e Gary Coleman são os três personagens humanos que convivem com todos os bonecos em perfeita harmonia. Na criação da variada galeria de personagens reside uma das maiores riquezas de ‘Avenida Q’. “O mundo só quer saber dos vencedores, mas, na verdade, os especiais e os eleitos são muito poucos.

A vida é feita pelo segundo time, pessoas que também tem ótimas histórias para contar”, afirma Charles. “Esse espetáculo fala especialmente de aceitação. Humanos e bonecos convivem harmonicamente e rindo de tudo, inclusive uns dos outros. O humor é a melhor maneira de chegar perto de si mesmo”, finaliza. O sucesso de ‘Avenida Q’ na Broadway foi tamanho que logo o musical ganhou uma versão em Londres, agraciada com o Variety Club Award de melhor musical. Em 2003, quando ainda estava no circuito Off-Broadway, no Vineyard Theater, o espetáculo venceu o prêmio Lucille Lortel Outstanding New Musical, bem como uma nomeação para o prêmio Outer Critics Circle Outstanding Off-Broadway Musical. Apenas quatro meses depois, em 11 de julho de 2003, iniciou sua vitoriosa carreira na Broadway, sempre no Golden Teather.




A Avenida Q brasileira Oito atores dividem o palco com 16 bonecos, vindos diretamente dos Estados Unidos para a versão brasileira, com concepção e desenho de Rick Lyon. O elenco nacional é formado por Sabrina Korgut (Kate Monstra, Lucy de Vassa), André Dias (Princeton, Rod), Claudia Netto (JapaNeuza), Fred Silveira (Nicky, Trekkie Monstro), Renato Rabelo (Brian), Mauricio Xavier (Gary Coleman), Renata Ricci (Dona Coisa Ruim, Ursinha do Mal, Ricky) e Gustavo Klein (Ursinho do Mal, Recém-chegado).


“Queríamos reunir um primeiro time dos musicais e costumo dizer que selecionei um elenco kamikaze, de pessoas com uma dedicação integral ao projeto, que envolve canto, dança e ainda a manipulação de bonecos, o que exige um esforço quase sobre-humano”, explica Charles. Para Claudio Botelho, embora a essência do texto permaneça absolutamente fiel ao original, foi necessário realizar transposições para o universo brasileiro. “Mantivemos a ação na Nova York original, mas foram feitas diversas adaptações e aproximações com o universo brasileiro, incluídas aí “liberdades poéticas” com a nossa política, geografia, termos nacionais e etc.

Nossa história se passa então lá mesmo, num canto menos valorizado do Village, mas poderia perfeitamente rolar em qualquer recanto do Rio ou São Paulo”, explica. “

A Avenida Q não existe, é um lugar onde todo mundo pode vir e se reconhecer. Por isso, não precisamos transportar a ação para o Brasil, pois apenas minimizaria tudo, particularizando uma realidade que é universal”, complementa Charles. Os atores ensaiam diariamente com os bonecos, sob a supervisão de Zé Clayton. “À medida que os ensaios foram avançando, os atores começaram a desenvolver uma cumplicidade que é um misto de alter-ego com uma relação filial com os bonecos, que ganharam vida própria. Eles têm a mesma respiração!”, entusiasma-se Charles. Claudio Botelho conta que teve liberdade total para fazer a sua versão do texto e das canções. “Já fiz vários trabalhos com a Music Theatre International, agência que licencia o espetáculo pelo mundo. Eles sempre me dão carta branca para adaptar. A preocupação é não deixar o musical com cara de “traduzido”, mas fazer tudo soar novo e original para nosso público”. Os cenários de Rogério Falcão e os figurinos de Mareu Nitschke também estão sendo criados para a montagem nacional. Paulo César Medeiros assina a luz. Charles e Claudio se declaram fãs das canções. “Adoro as músicas e as letras, que são modernas, mas também flertam com a Broadway mais clássica”, confessa Botelho. “O book é tão perfeito que não precisei mexer em absolutamente nada, mantive o clima pop/rock do original”, revela Möeller. A direção musical ficou a cargo de Marcelo Castro, que comanda uma banda formada por Zaida Valentim (teclado 1/regência), Heberth Souza (teclado 2), Thiago Trajano (guitarra/banjo/violão), Márcio Romano (bateria), Omar Cavalheiro (baixo elétrico e acústico) e Alex Freitas (sax/flauta/clarinete).

Fonte: http://www.shoppingdagavea.com.br/

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